domingo, 8 de março de 2009

Devaneios pessoais.

#


Ontem, teve um ato do MST no centro de Campo Grande, sobre o dia de hoje, Dia da Mulher. Pois bem, e ontem também havia uma liquidação em duas lojas do mesmo centro.
Pergunta: qual dos dois lugares estava mais cheio? Qual dos dois havia mais gente interessada no que lá havia? Qual dos dois?

Fácil e besta de se responder se pensarmos como estamos hoje em dia. Claro que era a loja em liquidação.

Sei disso porquee fui acompanhar uma amiga, que também teve um ato consumista e queria comprar a loja toda e tive que segura-la por algumas vezes. Era empurrão pra cá, roupa caída dali, fila enorme, até mesmo pra entrar.
Deixei ela na fila, com a promessa de que não iria comprar mais nada e saí - sem nenhuma sacola, diga-se de passagem - em direção ao ato que estava acontecendo.

Fiquei lá por mais de uma hora.
E sem ser os organizadores e participantes, devo ter visto apenas umas 10 pessoas, umas outras passavam e olhavam, mas não davam tanta importância.

Sim. Elas falavam sobre o papel da mulher hoje em dia, falavam sobre a crise, falavam sobre o que nós devemos fazer. Elas falavam. E poucos davam atenção.
Um sujeito, ainda teve o atrevimento, de passar do meu lado resmungando :
- Vô te dar é um fogão pra cozinhar!

Me segurei pra não partir pra cima dele.

Só juntou uma galera mesmo quando teve uma apresentação de hip hop. Aí sim chamou a atenção do povo que por ali passava.


Então, saí de lá me perguntando. O quão é banal falar da nossa gente, dos problemas sociais que a gente vive, da agressão à mulher e da importância dada para um vestido que - Nossa! Tá R$30,00. !!!!

Ateé quando seremos alienados ao ponto de darmos maior valor ao capital do que ao social?
Até quando vamos deixar o mundo como está e não o viraremos de ponta a cabeça?


" Proletários de todos os países, uni-vos! "

Um comentário:

Lady Me disse...

Acho que só daremos mais importância ao social que ao capital quando deixar de existir o capital... Porque a verdade é mesmo essa, quase ninguém quer saber de mais nada do que de dinheiro, fala-se de direitos, mas ninguém luta por eles. É do tipo " luta tu que depois eu usufruo". Ninguém quer perder tempo com nada que não tenha efeitos bons só pra si próprio.